O número de estudantes com deficiência visual cresce a cada ano na rede regular de ensino. De acordo com o Censo Escolar do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, cerca de 70 mil alunos cegos e com baixa visão estão nas salas de aula no Brasil, o que transcende a importância de promover a inclusão escolar e a diversidade na escola.
Para acolher todos os alunos no mesmo espaço, o sistema educacional brasileiro passou por grandes mudanças nos últimos anos e adotou a Escola Inclusiva para garantir a convivência e a aprendizagem igualitária. Mesmo com avanços significativos, o processo de promover políticas públicas e sociais de inclusão escolar ainda é um desafio a vencer no país.
Com o objetivo de assegurar os diretos dos alunos cegos e com baixa visão, a Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual promove ações que fortalecem a relação entre escola, família e comunidade para garantir o processo de educação e o desenvolvimento integral do estudante com deficiência visual. Nesta iniciativa, a ONG oferece atendimento educacional especializado, que inclui encontros frequentes com as instituições de ensino, capacitação de professores, promoção de conteúdo informativo à sociedade, acompanhamento do aluno semanalmente e suporte à sua alfabetização.
Nessa rede em prol da inclusão, a Laramara ainda oferece atividades socioeducativas e culturais organizadas por faixa etária, além de ensinar os pais a confeccionarem brinquedos e jogos adaptados e a importância do brincar para a aprendizagem das crianças e jovens da instituição.
“A contribuição da Laramara neste contexto é enorme, pois é uma das poucas instituições que está afinada com a proposta de uma escola de qualidade para todos e compreende que este processo não será possível sem a participação direta da família”, afirma Nelma Meo, coordenadora da Laramara.
Em 25 anos de atuação, a Laramara também está entre as mais atuantes instituições especializadas no atendimento e na inclusão das pessoas com deficiência visual na América Latina. Com sua equipe multidisciplinar, oferece diversos programas nas áreas socioassistencial e socioeducativa com ações complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento dessa parcela da população.
Máquina Braille
Para assegurar o acesso à educação, em 2004, a instituição também nacionalizou a produção de máquinas de escrever em Braille, tornando-se a única fabricante dessa tecnologia em toda América Latina e a 5ª no mundo. Desde então, conseguiu doar, por meio de campanhas de arrecadação, mais de 7 mil equipamentos para crianças e jovens carentes com deficiência visual.
“No processo de alfabetização, a máquina Braille representa para o aluno com cegueira o mesmo que o caderno e o lápis representam para o aluno vidente”, comenta a professora especializada em educação inclusiva da Laramara Eliana Paulino.
Todos os projetos oferecidos pela Laramara são gratuitos e mantidos por doações de pessoas físicas e empresariais.
Sobre a Laramara:
A LARAMARA é uma das mais atuantes instituições especializadas em deficiência visual e um centro de referência na América Latina no desenvolvimento e na pesquisa na área da deficiência visual. Fundada em 1991, realiza atendimento especializado nas áreas socioassistencial e socioeducativa com ações complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento das pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas. As atividades são realizadas em grupos e os usuários dispõem ainda de atendimentos específicos de Braille, Soroban, Desenvolvimento da Eficiência Visual (Baixa Visão) e Orientação e Mobilidade. Disponibiliza recursos humanos para apoio à inclusão social, colabora para o aperfeiçoamento e a capacitação de profissionais e divulga suas experiências e aquisições para todo o Brasil, por meio de recursos instrucionais produzidos por sua equipe, como livros, manuais e DVDs. LARAMARA trouxe para o Brasil a fabricação da máquina Braille e da bengala longa, indispensáveis para a educação e a autonomia da pessoa cega. Buscando a inclusão profissional de jovens e adultos com deficiência visual, ampliou seu projeto socioeducativo em 1996 realizando atendimento a essa população.
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