Por Dr. Sérgio Costa, Ortopedista com Especialização em Cirurgia de Joelho, Artroscopia e Próteses pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); Pós-Graduado pela Faculdade de Medicina da USP em Ortopedia e Traumatologia; Mestre pela USP; e Coordenador da Equipe Médica do Hospital São Luiz, unidade Itaim.
A fibromialgia é um transtorno de etiologia desconhecida, caracterizado por dor generalizada, processamento anormal da dor, distúrbios do sono, fadiga e tensões.
Pessoas com fibromialgia também podem apresentar outros sintomas como:
- Rigidez matinal
- Formigamento ou dormência nas mãos e pés
- Dores de cabeça e enxaquecas
- Problemas de raciocínio e memória
- Menstruação dolorosa
Os critérios de 2010 do Colégio Americano de Reumatologia (ACR) são utilizados para o diagnóstico clínico e classificação da gravidade. Os dados considerados para a base do diagnóstico são:
- Índice de dor generalizada (WPI)> 7 e uma escala de gravidade dos sintomas (SS)> 5 ou WPI 3-6 e SS> 9.
- Se os sintomas apresentam um nível semelhante por, pelo menos, três meses.
- Se o paciente não sofre de nenhuma outra patologia que possa causar a dor.
A fibromialgia é, muitas vezes, concomitante (entre 25% e 65%) com outras condições reumáticas, como a artrite reumatóide (AR), lúpus eritematoso sistêmico (LES) e espondilite anquilosante (EA).
Predomínio
Segundo a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, da Associação Brasileira de Fibromiálgicos (Abrafibro), a síndrome atinge um homem para cada 20 mulheres. De acordo com a Abrafibro, cerca de 16 milhões de pessoas no Brasil sofrem com a doença.
A maioria das pessoas é diagnosticada durante a meia idade, e a incidência aumenta com a idade. Mulheres em idade ativa, que sofrem com a fibromialgia e foram hospitalizadas por doenças músculo-esqueléticas ocupacionais, têm 10 vezes menos chances de conseguir trabalho, e 4 vezes menos probabilidade de manter seu emprego, após a internação.
Os adultos que trabalham e têm fibromialgia possuem uma média de 17 dias afastados do trabalho, devido à patologia, enquanto a média dos que não sofrem de fibromialgia é de 6 dias. São registradas, em média, 5,5 milhões de visitas a ambulatórios por ano.
Impacto na qualidade de vida relacionada à saúde
- Pacientes com fibromialgia tiveram a menor pontuação em 7 das 8 subescalas (exceto no papel emocional) do questionário de saúde SF-36, em relação a pacientes com outras patologias crônicas.
- A percepção de "qualidade de vida" para os pacientes com fibromialgia obteve uma pontuação média de 4,8 (numa escala de 1 a 10).
- Os instrumentos padrão utilizados para a avaliação de qualidade de vida relacionada à saúde talvez não sejam sensíveis o suficiente para captar todos os aspectos de pessoas com fibromialgia.
- Adultos com fibromialgia têm uma propensão 3,4 vezes maior de ter depressão, se comparados aos adultos que não sofrem de fibromialgia.
Vale lembrar que sentir dor o tempo todo não é normal. Portanto, se você se identificou com os sintomas citados, não hesite em procurar um médico.
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